Dez Anos de Pesquisa sobre Software Inclusivo na Educação Básica: Uma Revisão de Literatura

Autores

  • Cristiane Xavier Universidade Estadual de Goiás – Câmpus Posse Autor
  • Roberto Oliveira Universidade Estadual de Goiás – Câmpus Posse Autor
  • Eduardo Fernandes Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro – PUC-Rio Autor
  • Willian Oizumi IFPR - Campus Paranavaí Autor
  • Bernardo Estácio Pesquisador Independente Autor
  • Danyllo Albuquerque Faculdade UniNassau – Campus Palmeira – Campina Grande-PB Autor

Palavras-chave:

Software Inclusivo, Educação Básica, Revisão de Literatura

Resumo

Alunos com deficiência apresentam significativas limitações físicas, intelectuais e sociais [Chateau et al., 2012]. Por isso, a implementação da educação inclusiva é uma realidade em diversos países, especialmente aqueles em desenvolvimento como o Brasil [Matiskei, 2004]. Os resultados advindos disso têm sido variados e promissores, como a melhoria no engajamento e no desempenho dos alunos com deficiência [Varona, Manresa-Yee e Perales, 2008]. Tais resultados têm advindo das investigações científicas que buscam evidenciar (i) características do processo de educação inclusiva e (ii) sugestões de como aplicar devidamente a educação inclusiva. 

De fato, cada vez mais os pesquisadores assumem um papel fundamental na melhoria do cotidiano da educação básica [Ladner, 2014], especialmente no contexto da educação inclusiva. Isso pois, para uma efetiva educação inclusiva, são necessárias ferramentas tecnológicas – dentre elas os sistemas de software inclusivos [Correia, 2009; Poli, 2013] – que sejam corretamente desenhadas e avaliadas em ambientes reais de educação. Assim, as escolas podem elaborar estratégias educacionais que incluam tais ferramentas na educação de alunos com deficiência [Mantoan, 1997]. 

Estudos anteriores reportam os benefícios obtidos a partir da adoção de ferramentas tecnológicas no contexto educacional [Almeida, 2007; Mercado, 1999; Pontes et al., 2012]. Esses benefícios podem resolver diversas limitações da educação tradicional [Mercado, 1999] tais como morosidade e complexidade. Sem o apoio de sistemas de software inclusivos, os alunos podem se dispersar ou desmotivar a aprender [Knüppe, 2006]. Também há algumas ferramentas tecnológicas, especialmente sistemas de software inclusivos, propostas na literatura [Kurauchi, Tula e Morimoto, 2014]. Porém, as escolas ainda carecem de uma sumarização das contribuições científicas, a fim de facilitar sua escolha por um sistema a adotar de acordo com as suas necessidades. 

Neste trabalho apresentamos os resultados de uma revisão ad hoc da literatura sobre sistemas de software inclusivos na educação básica. Nosso objetivo é catalogar e sumarizar os trabalhos relacionados nos últimos dez anos de pesquisa (isto é, publicações científicas do período de 2008 a 2018). Com ad hoc nós nos referimos a uma revisão de literatura seguindo uma simplificação dos passos de uma revisão sistemática [Kitchenham  e Charters, 2007] parcialmente reprodutível [Kitchenham et al., 2009]. Entre as principais contribuições deste trabalho, podemos elencar: (i) um catálogo geral sobre sistemas de software inclusivos; e (ii) uma discussão sobre práticas e desafios inerentes à área. 

Para alcançar esse objetivo, a seguinte metodologia de pesquisa foi adotada: (1) definição das questões de pesquisa; (2) construção da string de busca; (3) classificação dos artigos coletados a partir da base de artigos Google Scholar; (4) leitura integral dos artigos para extração de dados; e (5) elaboração de uma análise descritiva dos dados utilizando-se de técnicas recorrentes na literatura. Em nosso estudo, coletamos 50 artigos, dos quais filtramos e analisamos 12 artigos. Nossos resultados parciais sugerem que as escolas de educação básica podem se beneficiar de diferentes sistemas de software inclusivos existentes, mas há diversos desafios científicos em aberto. 

Referências

Almeida, M. (2017). “Tecnologias digitais na educação: o futuro é hoje.” In: Encontro de Educação e Tecnologias de Informação e Comunicação, São Paulo, Brasil, p. 1-17.

Correia, S. (2009). “Tecnologias para a inclusão da pessoa com habilidades diferentes.” In: Gome, M. (Org.), Construindo as Trilhas para a Inclusão. Petrópolis: Editora Vozes, p. 255-286. (Leitura 15).

Chateau, L. F. A.; Fiquene, G. M. C.; Baptista, P. F. S.; Saeta, B. R. P. (2012). “A Associação da Expressão Necessidades Especiais ao Conceito de Deficiência.” In: Cadernos de Pós-Graduação em Distúrbios do Desenvolvimento, São Paulo, v.12, n.1, p. 65-71.

Kitchenham B., Charters, S. (2007). “Guidelines for Performing Systematic Literature Reviews in Software Engineering.” In Technical report, Ver. 2.3 EBSE Technical Report. EBSE.

Kitchenham, B., Brereton, O., Budgen, D., Turner, M., Bailey, J., Linkman, S. (2009). “Systematic literature reviews in software engineering–a systematic literature review.” Information and Software Technology (IST), 51(1), 7-15.

Knüppe, L. (2006). “Motivação e Desmotivação: Desafio Para as Professoras do Ensino Fundamental.” In: Educar em Revista, n.27, pp.277-290.

Kurauchi, A. T. N., Tula, A. D. e Morimoto, C. H. (2014). “Facilitating accessibility and digital inclusion using gaze-aware wearable computing.” In: Proceedings of the 13th Brazilian Symposium on Human Factors in Computing Systems, p. 417-420, Foz do Iguaçu, Brazil.

Ladner, R. E, (2014). “My path to becoming an accessibility researcher.” In: SIGACCESS Accessibility and Computing, p. 5-16, New York, NY, USA.

Mantoan, M. T. E. (Org.). 1997. A integração de pessoas com deficiência. São Paulo: Memnon. SENAC. (Org.). 2001. Caminhos pedagógicos da inclusão. Como estamos implementando a educação (de qualidade) para todos nas escolas brasileiras. São Paulo: Memnon.

Mercado, L. P. L. (1999). “Formação continuada de professores e novas tecnologias.” Maceió: EDUFAL.

Matiskei, A. (2004) “Políticas públicas de inclusão educacional desafios e perspectivas”, In: Educar, Curitiba, n. 23. p. 185-202. Editora UFPR.

Poli, A. (2013). “A Educação Especial na Educação Inclusiva.” Revista do Projeto Pedagógico.

Pontes, A. E.; Pontes, S. G. R. e Santos, M. J. (2012). “O uso do Computador Como Ferramenta de Mediação Pedagógica no Sistema Municipal de Educação – Goiatuba – Goiás” In.The 4th International Congress on University-Industry Cooperation – Taubate, SP – Brazil – December 5th through 7th, p. 1-11.

Varona, J., Manresa-Yee, C. e Perales, F. J. (2008) “Hands-free vision-based interface for computer accessibility”, In: Journal of Network and Computer Applications, Vol. 31, Issue 4, p. 357-374, London, UK.

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Publicado

12-12-2018

Como Citar

Dez Anos de Pesquisa sobre Software Inclusivo na Educação Básica: Uma Revisão de Literatura. (2018). Semana Da Tecnologia Da Informação Do IFPR Campus Paranavaí, 1(1). https://tecnoif.com.br/periodicos/index.php/setif/article/view/93

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