Ensino Prático sobre Fake News para a 3ª Idade

Autores

  • Gustavo Gimenez Berti Autor
  • Luan Gustavo Mariano Marques Autor
  • Thalles Sorrilha Meira Barros Autor
  • Vinicius de Oliveira Rebussi Autor
  • Helio Toshio Kamakawa Autor
  • Evanise Araujo Caldas Ruiz Autor

Palavras-chave:

Extensão Universitária, Fake News, Melhor Idade

Resumo

1. Introdução: Extensão Universitária e Protagonismo

O presente trabalho discorre sobre um projeto de extensão realizado no Instituto Maurício Gehlen, buscando ensinar sobre fake news de forma prática para os idosos. Este projeto visou corresponder com as expectativas de extensãopropostas pelo [IFPR 2018], integrando a instituição com a sociedade, e promovendo a interação dialógica, formação integral ao estudante e transformação social. Além disso, há outros objetivos da extensão, que se caracterizam como: a formação de pessoas e geração de conhecimento às demandas da sociedade, o favorecimento de um ambiente para a troca de saberes e experiências entre sujeitos diversos, a promoção de protagonismo ao estudante para sua formação técnica e cidadã, e a suscitação de consciência nos sujeitos, corroborando para a inclusão educacional e desenvolvimento sustentável da região.

No ambiente universitário é praticada a extensão por meio de atividades como programas educacionais, pesquisa aplicada, cursos, workshops e ações culturais. Para os estudantes, a extensão universitária pode promover a experiência, inovação, e colaborações, além de desenvolver suas habilidades sociais para a comunidade. Outro benefício, é que a extensão representa uma fonte de recursos e inovação, contribuição e fortalecimento das organizações locais.

Ainda na prática de extensão, um de seus objetivos é “colaborar na formação integral do estudante, fazendo dele protagonista de sua formação técnica e cidadã” [IFPR 2023]. Neste sentido, o protagonismo do aluno é um conceito que, sobretudo, valoriza o papel dos estudantes mais ativamente no processo de ensino e aprendizagem, ao contrário de serem apenas receptores passivos do conhecimento. Eles têm mais espaço para compartilhar dúvidas, interesses, necessidades e desejos, e, desse modo, o professor deixa de ser o detentor do saber e passa a ser um mediador e incentivador do estudo. Ademais, o protagonismo do estudante reforça o papel das instituições de ensino com a formação integral de seus alunos, desenvolvendo a autonomia, a responsabilidade e a capacidade de tomar decisões, tornando-os independentes na busca pelo saber.

Na intenção de atingir as práticas de extensão, foi criada a disciplina de Práticas de Extensão, onde o aluno tem seu primeiro contato com esse mundo. Na disciplina foi realizada uma colaboração entre o Instituto Federal do Paraná (IFPR) de Paranavaí e o Instituto Maurício Gehlen, em que os estudantes deveriam realizar uma atividade de extensão a fim de impactar os idosos da instituição.

Com isso em mente foi feita uma entrevista com os responsáveis do Instituto Maurício Gehlen, percebeu-se uma demanda para o ensino das fake news, pois com o advento da internet e das redes sociais, a facilidade de ver e compartilhar notícias aumentou de forma drástica, contudo mesmo com o benefício da informação de fácil acesso, ainda nem tudo é confiável. De acordo com [Estabel et al. 2020], os idosos são os mais vulneráveis às notícias falsas por não serem preparados para estar no ambiente virtual. Considerando essa problemática, o grupo decidiu por abordar sobre as fake news, buscando formas de como desmascarar a desinformação ao idoso.

2. Revisão e Metodologia Didática

Primeiramente, a equipe realizou uma pesquisa por trabalhos correlatos que envolvessem o ensino e prevenção das fake news voltados principalmente para a melhor idade. Segundo [Yabrude et al. 2020], em seu artigo “Desafios Causados pelas Fake News entre a População Idosa durante a Infodemia da Covid-19” relata a experiência de quatro estudantes de Medicina na coordenação de um projeto voltado para combater a desinformação e promover a educação em saúde entre idosos durante a pandemia. O objetivo foi fornecer informações confiáveis sobre a Covid-19, esclarecer dúvidas e manter contato contínuo com os idosos via WhatsApp. Apesar de dificuldades de acesso e compreensão, o projeto obteve feedback positivo, ressaltando a necessidade de criar ambientes digitais acessíveis e seguros para a população idosa.

O artigo “Letramento Informacional de Idosos e Fake News: Uma Proposição de Modelo” [da Silva et al. 2023], propõe um modelo de letramento informacional para idosos, com o objetivo de combater a disseminação de fake news e desinformação nas redes sociais. O texto destaca a internet como um ambiente suscetível à propagação de fake news, que são definidas como informações manipuladas que podem confundir a opinião pública e prejudicar as reputações. O artigo discute a importância de capacitar os idosos para identificar e lidar com informações falsas, por meio de discussões e oficinas que desenvolvam essas habilidades críticas.

A relevância do letramento informacional é abordada no contexto da sociedade da informação, onde a capacidade de distinguir informações verdadeiras de falsas é essencial para melhorar a qualidade de vida e as relações sociais. O artigo conclui que, ao adquirirem essas competências, os idosos podem se tornar mais críticos e engajados nas redes sociais, promovendo um ambiente digital mais saudável.

Assim, foram observadas as didáticas utilizadas para revelar as notícias falsas para esse público, assim possibilitando elaborar um material didático que ensinasse sobre as fake news, a respeito de sua origem, objetivo e principais meios de divulgação. O material preparado foi uma apresentação oral-expositiva sobre as fake news, em que falamos sobre seu conceito e orientações de prevenção. Além disso foram aplicadas estratégias didáticas, como apresentações expositivas e atividades interativas, conectando áreas como tecnologia, comunicação e educação, buscando entregar um conteúdo acessível e relevante para o público.

Nesse material também há exemplos de fake news e dicas de como desconfiar e desmascarar supostas notícias encontradas na internet ou nas redes sociais. Por fim, foi inserida uma atividade prática que instigasse o público a raciocinar sobre a veracidade de notícias publicadas. Após a exposição, foi realizada uma entrevista individual com os participantes, onde foram feitas perguntas como “O conteúdo foi bem explicado?”, “Acha que o conteúdo apresentado vai ajudar no dia a dia?” e “De 0 a 10, o quanto você entendeu sobre fake news?”.

3. Resultados e Conclusão da Extensão

A atividade de extensão foi realizada nos dias 15 e 17 de outubro. No primeiro dia, cinco pessoas compareceram e no segundo, sete (sendo que uma delas já havia participado do primeiro dia). Em ambas as apresentações houve muita interação do público, demonstrando estarem atentos e interessados no assunto abordado. Contudo, durante a apresentação, percebeu-se que os participantes em geral apresentavam vulnerabilidade às fake news, trazendo várias situações em que ficaram em dúvida sobre a veracidade de uma informação digital. Ao final da apresentação, foi realizada uma entrevista com dois dos participantes, com ambos afirmando que o conteúdo foi bem explicado e que vão utilizar as dicas no cotidiano, havendo uma média de compreensão de 8,5.

Embora a análise formal não tenha sido realizada com todos os participantes, as perguntas aplicadas indicaram uma compreensão satisfatória sobre as fake news. Durante as interações, o público relatou dificuldades frequentesem distinguir informações verdadeiras de falsas no ambiente digitalizado. Além disso, as discussões geradas foram enriquecedoras, sendo trazidos exemplos de casos reais pelos próprios participantes, o que contribuiu para aprofundar as reflexões sobre o tema. A dinâmica utilizada durante as atividades também evidenciou a eficácia das estratégias aplicadas, com a contextualização prática do tema e o estímulo ao pensamento crítico.

Desse modo, a extensão mostrou-se positiva e satisfatória, por promover reflexões significativas, aprendizagens práticas e impacto na comunidade atendida. Para trabalhos futuros é possível repetir a extensão, tendo em vista o público abaixo do esperado. Para tal, é desejável um período de tempo mais extenso, com uma prática mais lúdica e divertida, facilitando a troca de saberes e experiências com o público.

Referências

da Silva, C. B. et al. (2023). Letramento informacional de idosos e fake news: uma proposição de modelo.

Estabel, L. B., Luce, B. F., and Santini, L. A. (2020). Idosos, fake news e letramento informacional. Revista Brasileira de Biblioteconomia e Documentação, 16:1–15. Acesso em: 24 ago. 2024.

IFPR (2018). Resolução nº 11 de 27 de março de 2018.

IFPR (2023). O que é extensão? Acesso em: 23 set. 2024.

Yabrude, A. T. Z. et al. (2020). Desafios das fake news com idosos durante infodemia sobre Covid-19: experiência de estudantes de medicina. Revista Brasileira de Educação Médica, 44(Suppl 01):e140.

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Publicado

12-12-2024

Como Citar

Ensino Prático sobre Fake News para a 3ª Idade. (2024). Semana De Tecnologia Da Informação Do IFPR Campus Paranavaí, 1(1). https://tecnoif.com.br/periodicos/index.php/setif/article/view/277

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