Relato de Experiência Parcial do Desenvolvimento de um Sistema Computacional para a Gestão da Propriedade Intelectual do IFPR

Autores

  • Cristian Ceccon Autor
  • Matheus G. S. de Souza Autor
  • Natani G. B. Cavalcante Autor
  • Rafael S. Silva Autor
  • Frank W. C. de Oliveira Autor

Palavras-chave:

Engenharia de Software, Desenvolvimento Web, Metodologia Scrum

Resumo

O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Paraná (IFPR), por ser uma abrangente instituição de ensino, encontra a necessidade de possuir softwares específicos para a organização de atividades e ações importantes. Normalmente, os sistemas são desenvolvidos pelo Departamento de Tecnologia da Informação (DTIC), que já possui as suas demandas, ou pela contratação de empresa terceirizada por meio de licitação. Contudo, algumas leis, como a nº 13.243, de 11 de janeiro de 2016, dispõem estímulos ao desenvolvimento científico, à pesquisa, à capacitação científica e tecnológica e à inovação, proporcionando novas oportunidades e valorização para a comunidade interna da instituição.

Com esse intuito, a Agência de Inovação do Instituto Federal (AGIF), junto com a Pró-Reitoria de Extensão, Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação (PROEPPI), lançaram um edital de chamada pública para seleção de projetos para o desenvolvimento de um aplicativo para gestão da propriedade intelectual no IFPR.

O edital de número 27, de 26 de outubro de 2020 [SEI/IFPR, 2020], visa selecionar um servidor do IFPR para atuar como coordenador do projeto e até quatro estudantes bolsistas, sendo no mínimo dois estudantes de nível médio e até um estudante de graduação, para submeter uma proposta de acordo com as regras estabelecidas. Na oportunidade, foram selecionados um total de quatro estudantes, limite estabelecido pelo edital.

Após a seleção dos bolsistas responsáveis pelo desenvolvimento do projeto, foi realizada a submissão da proposta e, com a aceitação da mesma, iniciou-se o trabalho pelo planejamento das etapas de criação do software.

É importante destacar que, para a produção do sistema, foram utilizadas as técnicas normalmente admitidas no mercado de softwares, adaptando-as para criar uma metodologia própria da equipe, baseada principalmente no método Scrum [Sommerville, 2011]. O método adequou-se à realidade dos integrantes da equipe, estruturando-se em reuniões para definição de tarefas semanais, revisão, distribuição de novas atividades e apresentações das tarefas resolvidas.

Inicialmente, foi proposto o desenvolvimento utilizando a linguagem Java com o framework — biblioteca de códigos pré-arquitetados — Java Server Faces. Porém, após algumas reuniões com membros da DTIC, foi proposto o uso da linguagem PHP (Hypertext Preprocessor) e dois frameworks: Laravel e Vue (sendo eles para PHP e JavaScript, respectivamente). A equipe concluiu que tais alterações de tecnologias seriam uma valiosa decisão a ser tomada, pois facilitariam as manutenções futuras do sistema.

A mudança das tecnologias resultou em diversos desafios para toda a equipe, visto que nenhum membro possuía domínio suficiente nos novos recursos adotados para o desenvolvimento do projeto. Sendo assim, as primeiras semanas após a alteração resumiram-se em estudos para desenvolver um produto de boa qualidade que atendesse a todos os requisitos presentes no edital.

Estabelecidas as tecnologias a serem utilizadas, a definição do conteúdo e funcionalidades presentes no sistema tornou-se a prioridade. Sendo assim, um levantamento de requisitos foi realizado utilizando as técnicas de “workshops e entrevistas” [Sommerville, 2011]. Posteriormente, possuindo todas as informações necessárias, foi escrito um documento listando-as juntamente com os diagramas de casos de uso e de classes, para auxiliar o desenvolvimento visual do projeto e, futuramente, a codificação do sistema.

Simultaneamente ao processo de levantamento de requisitos, foi realizada a prototipação, ou seja, a criação de toda a seção visual do software e de telas mais comuns já requeridas no sistema, como a tela de login, dashboard e estrutura geral dos cadastros.

Após a finalização dos protótipos, iniciou-se a codificação do sistema utilizando o editor Visual Studio Code em conjunto com o Laravel, banco de dados MySQL e o Vue.js. Os alunos focaram, inicialmente, na parte de front-end, criando o design da página inicial do sistema, dos formulários e de login, respectivamente.

No desenvolvimento, todos os alunos atuam em todas as etapas, mas também receberam algumas funções específicas de acordo com o que foi manifestado como área de maior facilidade e eficiência em entrevistas e conversas realizadas anteriormente. Adotaram, pela primeira vez em um projeto do IFPR, o GitHub institucional para versionamento do projeto, organizando dessa forma as atividades realizadas pelos alunos e dividindo-as em issues (tarefas criadas pelo coordenador no GitHub).

Cada integrante recebe uma tarefa de acordo com suas especificidades e afinidades para resolver o problema demandado. A resolução ocorre através de uma branch — que se trata de uma ramificação criada a partir de um ramo principal onde fica o código revisado.

Após finalizar a tarefa, o aluno envia ao coordenador as mudanças realizadas no código, solicitando uma revisão que valida essa alteração e a inclui no projeto por meio da branch principal, deixando assim o código organizado e prevenido de muitos erros.

A comunicação com os clientes desde então é feita quinzenalmente para melhor esclarecer os objetivos e eventuais dúvidas tanto dos desenvolvedores quanto dos membros da AGIF que atualmente estão realizando testes no sistema. Para isso, utilizam-se plataformas de videoconferências, juntamente com aplicativos de mensagens de texto.

Com o progresso atual do desenvolvimento, foi disponibilizada com o auxílio da DTIC, por meio de um ambiente AWS — plataforma de serviços de computação em nuvem criada pela Amazon [Amazon Web Services, 2021] — uma versão de homologação do sistema para o cliente testar as funcionalidades já implementadas no software. Atualmente, o desenvolvimento do projeto se encontra na fase final de testes e implementação. Como próximos passos, a equipe está trabalhando em ajustes das funcionalidades, correções de erros, refatoração do código e também realizando a integração com sistemas de terceiros, como a Revista do INPI, para que o sistema possa fazer um acompanhamento de forma automática dos pedidos que foram publicados. Por força do edital, a equipe está trabalhando para finalizar o projeto até o dia 16 de dezembro de 2021.

Diante dos fatos apresentados, concretiza-se a importância de a criação desses softwares institucionais ficar sob responsabilidade dos estudantes do próprio instituto juntamente com um professor coordenador, através de bolsas. Dessa forma, os alunos participantes podem desenvolver o seu lado profissional na área da tecnologia, tendo experiências altamente importantes ao longo do desenvolvimento do software, e a instituição também se beneficia com menos gastos e maior visibilidade pela capacitação dos alunos, assim como vem ocorrendo nesse projeto.

Referências

Amazon Web Services (2021). Produtos de computação em nuvem gratuitos da AWS. Disponível em: https://aws.amazon.com/pt/free/. Acesso em: 30 ago. 2021.

SEI/IFPR (2021). SEI/IFPR - 0936907. Disponível em: https://sei.ifpr.edu.br/sei/modulos/pesquisa/md_pesq_documento_consulta_externa.php. Acesso em: 30 ago. 2021.

Sommerville, Ian (2011). Engenharia de Software. Disponível em: https://plataforma.bvirtual.com.br/Acervo/Publicacao/168127. Acesso em: 18 mar. 2021.

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Publicado

01-12-2021

Como Citar

Relato de Experiência Parcial do Desenvolvimento de um Sistema Computacional para a Gestão da Propriedade Intelectual do IFPR. (2021). Semana De Tecnologia Da Informação Do IFPR Campus Paranavaí, 1(1). https://tecnoif.com.br/periodicos/index.php/setif/article/view/219

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