Pizza Panic: Uma Abordagem Prática para o Desenvolvimento de Jogos com Arquitetura Hexagonal

Resumo

O mercado de desenvolvimento de jogos eletrônicos tem experimentado um crescimento acelerado, consolidando-se como uma das indústrias de entretenimento mais rentáveis e diversificadas do mundo. Além do lazer, os jogos eletrônicos têm se destacado em áreas como educação, saúde e marketing, utilizando interatividade como ferramenta para engajamento e aprendizado. Esse cenário envolve um conjunto multidisciplinar de competências, abrangendo design gráfico, programação, narrativa interativa e engenharia de som.

Como destaca [Perucia et al. 2021], a criação de jogos exige um planejamento detalhado, desde a concepção da ideia até a integração de tecnologias avançadas. Empresas que compreendem as expectativas dos jogadores — como desafios estimulantes e narrativas bem construídas — têm maior sucesso em atender à demanda de um público crescente e exigente. Além disso, jogos eletrônicos impactam o desenvolvimento de habilidades críticas como resolução de problemas, trabalho em equipe e pensamento estratégico, tornando-se uma plataforma relevante para o desenvolvimento pessoal e profissional.

Este trabalho visa documentar a aplicação prática de conceitos teóricos no desenvolvimento de um jogo eletrônico, destacando o uso da arquitetura Hexagonal e metodologias ágeis. O projeto, intitulado Pizza Panic, foi desenvolvido como parte das disciplinas de Tópicos em Computação e Projeto de Software Avançado, com o objetivo de integrar aprendizado técnico e criativo em um produto jogável.

O jogo Pizza Panic foi inspirado no clássico “Empilha a Pilha” do Club Penguin. No entanto, sua narrativa e mecânica foram adaptadas para uma pizzaria movimentada, onde o jogador, na pele de um pizzaiolo, deve atender pedidos enquanto evita objetos indesejados. O desafio aumenta conforme as fases avançam, testando reflexos e habilidades estratégicas.

A pontuação é baseada na coleta de pizzas corretas e no desvio de itens prejudiciais, como panos sujos e espátulas. Essa dinâmica proporciona um equilíbrio entre diversão e desafio, mantendo o jogador engajado. A Figura 1 contém imagens do jogo.

2024 SETIF – XI Semana de Tecnologia da Informação – ISSN 2526-1924 – Instituto Federal do Paraná (IFPR) – Campus Paranavaí

(a) Fundo do jogo. (b) Itens do jogo. Figura 1. Imagens do jogo.

(c) Sprites do personagem.

O desenvolvimento do jogo foi realizado em três etapas principais, guiadas pela metodologia ágil, permitindo entregas incrementais e feedback contínuo dos professores e colegas.

A aplicação da arquitetura Hexagonal foi fundamental para a organização e escalabilidade do projeto. Essa abordagem garantiu que o núcleo da aplicação fosse independente de detalhes de infraestrutura, como a interface gráfica e o controle de entradas do jogador. Essa separação permitiu uma evolução mais ágil e a possibilidade de reaproveitamento de componentes em futuros projetos.

1. Primeiro Trimestre - Conceitualização e Estrutura Base:

   1. Definição da ideia central do jogo;

   2. Organização da equipe e escolha das ferramentas;

   3. Implementação do protótipo inicial com foco na física dos objetos e jogabilidade básica.

2. Segundo Trimestre - Recursos e Mecânicas Avançadas: (a) Adição de sons, animações e pontuação; (b) Refinamento das interações e melhoria da interface; (c) Testes iniciais de jogabilidade.

3. Terceiro Trimestre - Finalização e Apresentação: (a) Criação de telas de menu, histórico de pontuação e encerramento; (b) Integração de feedbacks obtidos nos testes; (c) Apresentação final na SETIF.

As atividades foram divididas de forma que um dos integrantes se concentrasse na programação orientada a objetos (POO) e na estrutura de classes, enquanto o outro focava na criação e animação dos sprites.

Durante o desenvolvimento, foram adotadas métricas para avaliar o desempenho e a experiência do usuário, incluindo:

1. Taxa de FPS (Quadros por Segundo): Avaliação da fluidez do jogo.

2. Teste de Usabilidade: Avaliação qualitativa com jogadores, observando dificuldades e níveis de satisfação.

O desenvolvimento utilizou princípios das metodologias ágeis e da arquitetura Hexagonal, amplamente reconhecidas por sua eficiência em projetos dinâmicos. Segundo [Cockburn 2005], a arquitetura Hexagonal promove maior flexibilidade, pois separa o núcleo do sistema de interfaces externas, permitindo mudanças com menor impacto. Já as metodologias ágeis, como SCRUM, oferecem ciclos iterativos que fomentam a adaptação constante, garantindo entregas incrementais e alinhadas às necessidades.

O projeto Pizza Panic proporcionou aos alunos uma experiência imersiva em desenvolvimento de software, integrando conhecimentos técnicos e criativos. A aplicação da arquitetura Hexagonal e de metodologias ágeis demonstrou ser eficaz na organização do trabalho e na superação de desafios técnicos.

Mais do que criar um jogo funcional, este trabalho ofereceu aos participantes uma vivência que reflete as demandas reais da indústria de jogos e outras áreas tecnológicas. A prática de programação, design colaborativo e uso de métricas fortaleceu a preparação para futuros desafios profissionais.